ASSIM NÃO VAMOS LÁ
“Quando o sábio aponta para as estrelas,
o idiota olha para o dedo”.
(Provérbio chinês)
ASSIM NÃO
IREMOS LÁ
O cio vibrante
que faz estalar o brilho da polidez, exibir as unhas bem aguçadas da
agressividade, florescer a ambição em todo o seu esplendor e cindir os poucos
preconceitos viventes, já se encontra em frenético movimento de pré-contenda,
onde a surdina já se faz representar num tom fervilhante para vencer a inércia
sonora, até agora conservada em interiorizado molho picante de manhosice. São as
eleições autárquicas que se aproximam e trazem no ventre promessas falsas,
soluções impossíveis, palavras duras, macias ou sarcásticas, de mal e
bem-dizer, talhadas à medida das conveniências dos antagonistas, que a
gesticular e a espargir espuma pelos cantos dos beiços, tentam a todo o custo
vender o seu peixe, que dentro da podridão é sempre o melhor, a quem neles acredita.
Isto é que é política pura, ó Zé!
Pois bem e
como não podia deixar de ser, Loureiro, minha terra natal, uma zona
agro-pecuária e industrial pertencente ao concelho de Oliveira de Azeméis,
também não ficou imune e essa moléstia que até agora, como um cometa, tem
ostentado a sua aparição de quatro em quatro anos.
Assim sendo,
já se sente nos bastidores a acção catequizado dos ideólogos que, ainda com a
mente encruada mas possuída de obstinação teimosa, procuram já, aplainar os
caminhos que levam ao tacho; dos ardilosos estrategas que por vezes sem saberem
o que fazem, traçam em linhas tortas os métodos de ataque, e, quando o silêncio
moureja quase no absoluto, já se pode sentir também o murmurejar falso e
bajulador dos trampolineiros, que a troco de algum baixo plano estatutário, ou
por beatífica submissão sectária, servem de ímpeto catapultador ao provável cabeça-da-manada.
Com alguma percepção
sensorial, já se pode sentir o fervilhar nervoso e apreensivo do formigueiro
que apronta e aponta o rol de proposições que jamais serão cumpridas e estuda
as palavras mais doces para o convencimento da urbe ou os vocábulos mais acres
para os seus opositores.
A política é
assim Zé.
Vamos lá a ver
o que é que vai ser feito de concreto e útil, para tapar os buracos de
descrédito e os buracos das ruas que até agora têm sido implementados, como dizem
os politiqueiros e os aldrabões; sim os aldrabões também, porque não? Uns são a
sombra dos outros. Disso não tenho a mínima dúvida. E mais, quando se apanham
servidos, aprumam-se, e, com frio desdém, mijam na pia onde lhes votaram a
sopa.
Vamos lá a ver
se eu erro. Oxalá que sim. Isto porque gostava de ver a Freguesia de S. João de Loureiro de cara mais lavada e não de imprudente
ostentação maquilhada.
Contudo, sei
que a minha terra só será insuflada pelo sucesso, quando primeiramente, da cachimónia
de alguns “senhores”, forem desterrados o instinto cassiquista, a rigidez
retaliadora empedernida e a mentalidade restrita e unilateral.
Se não substituirmos essas manias pela
humildade, assim não iremos lá.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
16/04/2013
NOTA:esta
crónica não só se dirige à minha terra,
mas a
tantas outras que se encontrem em situacão idêntica.
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