A PASSARADA
«Os políticos não sabem nada.
Estão longe da realidade».
(Alexandre Soares dos Santos)
A PASSARADA
Como um
passarinho em época de cio, a saltitar de árvore em árvore, de galho em galho,
a assobiar sempre a mesma melodia na mira de um engate, assim anda António José
seguro a pinchar de local em local, de palanque em palanque, a chilrear uma
bonita mas não convincente cantilena de adormecimento aos portugueses, na
tentativa demonstrar que é possível fazer omoletas sem ovos. Isto é, sem
condimentos sólidos, fazer alguma coisa palpável. Sou bastante céptico em
relação aos milagreiros.
É do
conhecimento geral, que isto está muito mau, para não dizer péssimo. Mas também
não duvido e é noção com a mesma abrangência, que não há circunstâncias
vigentes, alternativa para mudar o estado calamitoso em que nos encontramos.
É evidente que
não culpo unicamente o partido que lidera por toda crise cá instalada, mas que
o maior quinhão é pertença da aplicação das suas políticas, não é de duvidar,
em face das patacoadas que foram cometidas e das aldrabices amontoadas e
deliberadamente ocultas nos cofres do secretismo.
Victor Constâncio, na altura administrador
do Banco de Portugal, desconhecia o estado económico do País? Não foi
verdade que José Sócrates, com
reconhecido mestrado em ladainhas, negou até à última letra e dia de governação,
o estado caótico em que Portugal
se encontrava? Não foi o PS, o carrasco
que primeiramente enfiou o pescoço dos portugueses na guilhotina da troica?
Aonde é que se
encontra agora a alternativa de que tanto necessitamos? Substituir água
destilada por água normal, tudo vai dar ao mesmo, ou, contemplando o passado, vai
dar a pior.
Isto de
patriotismo, solidariedade, transparência, rigor, justiça, saúde, educação, são
tijolos vocabulares que fazem parte da construção de grandes lérias, destinadas
ao entorpecimento das mentes menos esclarecidas ou devoradas pela deslembrança.
Ao longo de
todo o tempo que venho a enxergar os mamões (políticos), sempre surgiram alternativas
visionárias argumentadas por eles; contudo, em cada interpolação partidária
para a governação, as alternâncias redundaram num comprovado fracasso, sem que
ninguém até à data haja sido responsabilizado.
Ora, este Sr.
que faz parte do bando da penugem, quer agora aquilatar-se como o indubitável e
inquestionável redentor da miserável condição dos portugueses. Busca a todo o
custo derrubar a actual governação, sem se incomodar com a desordem e os custos
daí decorrentes; se isto vier a verificar-se, será mais uma acha para a fogueira
da desarticulação e consequente destruição da já depauperada instabilidade em
que nos encontramos.
É efectiva a
certeza de que estamos ser arpoados por uma crise económica sem precedentes e o
ministro das Finanças, Victor Gaspar,
resguardado pelas competências que lhe foram conferidas e com um estrabismo
economicista controlado do exterior, nada mais tem feito do que causticar a
população portuguesa com impostos sobre impostos, sem que daí nada tenha
resultado para abrandar os efeitos desse abalroamento. Não deixo de não dizer,
esta situação é revoltante!
Claro que não
vou ser eu a derramar ideias sobre governação nem compreendo nada do assunto,
mas sinto que quem para lá for, certamente que não irá fazer melhor. Fará igual
ou pior, ou deixa o barco à deriva até que a Alemanha nos trate da saúde.
Perante isto,
não vejo razões para que António José
Seguro se posicione como um samurai e continue a soltar os seus gorjeios
vazios de substância mas fartos de imaginações entorpecedoras, dirigidos aos
cacos onde o vazio ou a incerteza, por força das circunstâncias já habitam.
Isto é que é
uma passarada!?
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
18/03/2013
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