A MÚSICA! ALMA DA EXISTÊNCIA.
A música está em tudo.
Do universo sai um
hino.
(Victor Hugo)
A MÚSICA!
Alma da
existência.
Apesar de não
ser musicólogo, compositor, maestro
ou um expert do mundo harmónico,
consigo sentir os seus efeitos e dentro da minha modesta erudição, sei que sou
regido por ela, sendo por isso meu dever, atribuir-lhe a sua infinita grandeza.
Profetizo
largas hipóteses de poder cair nas garras do criticismo, mas assumirei o risco
e procurarei edificar as alegações necessárias com vista à defesa do meu ponto
de vista, caso isso venha a ser necessário.
Isto pode advir
pela afirmação que vou aprontar, com base nos meus conhecimentos que, muito
embora não sejam de grande monta, apraz-me afirmar que sem o som, (sem música), o universo,
no seu todo, seria quimérico.
A música não é
mais do que o produto de uma multiplicação diferenciada de sons, nascidos de
vibrações, e podem dispostos de forma organizada sobre um documento chamado partitura,
sobre o qual podem ser interpretados e regidos, elevando-os deste modo à
condição sonora.
Apesar da sua
diversidade na polifonia, ainda que as suas ondas de propagação não tenham ao
mesmo comprimento dentro do sistema doplleriano,
obedecem com total submissão a um tempo, a um ritmo, que goza de rigorosa
universalidade. Só assim se compreende, que os entendidos na matéria consigam,
em qualquer parte do mundo, independentemente da mão que prende a batuta, reger
qualquer orquestra, por mais elementos ou por maior diversidade instrumental de
que ela seja composta, mantendo sempre a justeza dos valores pautados.
O Universo é
pulsante. É um elemento onde toda a matéria vibra, para dar origem à vida, à
existência. Tudo nele está subjugado à lei das vibrações e das ressonâncias.
São a sua alma. O próprio cosmos tem um pulsar ritmado, e, como a vida, na qual
estamos inseridos, faz parte do todo universal; esse pulsar rítmico afecta-nos
e mantém-nos sempre em harmonia com esse todo do qual fazemos parte, através
daquilo que vulgarmente chamamos de, relógio biológico (ritmo da vida).
Este regulador
de vida é inalterável, se não mais, pelo menos em toda a existência
constituinte deste planeta; ainda que variem as latitudes, as longitudes, as
condições climatéricas ou até mesmo o estado de espírito, a uniformidade do seu
pulsar mantém-se e sempre em consonância com o diapasão cósmico.
É perante este "inaudível" pulsar que, alguns virtuosos, pela sua sensibilidade artística e
acção criadora, conseguem organizar as partes dispersas, porém existentes, da
sonoridade, em melodias cuja susceptibilidade afecta de alguma forma a nossa
parte espiritual ao cruzar com os nossos sentidos.
A música pode
levar-nos ao êxtase, à paixão, à agressividade, à dolência à luta. Ela interfere
na subida ou abaixamento dos nossos níveis de adrenalina.
Quero aqui manifestar
a minha admiração e prestar a minha gratidão a todos os virtuosos que, mercê da
sua paciência e da sua fecundidade espiritual, têm conseguido bulir com a essência do
ser vivente, através das suas desvairadas, ziguezagueantes ou brandas harmonias.
Não quero
deixar de aqui frisar que vibrações existem e não se ouvem, que podem levar um
vivente para outra dimensão; mas isso, ainda que obedecendo na mesma, ao
compasso cósmico, já é outra música.
Uma coisa é
certa: sem música a inexistência do universo nem um facto será.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
Tributo ao meu caro amigo “Zé” Firmino Morais Soares,
maestro, compositor, e professor do
Conservatório
de Música de Coimbra.
Com dedicatória também a “Zé” Pedro Figueiredo,
maestro da Banda de Música de Loureiro.
Oliveira de Azeméis
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