domingo, 19 de maio de 2024

A LIBERDADE (Uma miragem) פרייהייט (אַ מיראַגע) FREIHEIT (Eine Fata Morgana) СВОБОДА (Мираж) FREEDOM (A mirage)


 

A liberdade é apenas a ilusão dos visionários,

por isso não existe e é tão almejada.

(Teresa Teth)

 

A LIBERDADE (Uma miragem)

פרייהייט (אַ מיראַגע)

FREIHEIT (Eine Fata Morgana)

СВОБОДА (Мираж)

FREEDOM (A mirage)

 

É tida como uma condição, que, supostamente, devia consagrar aos Humanos, uma autonomia individual e/ou colectiva, perfeita. Mas, esta circunstância não existe, a não ser nas cabeças lunáticas. Não caminha para além de um desejo, de uma aspiração natural, irrealizável. Esta realidade apenas ocorre nos sonhos, quando estes não são afectados por inesperada turbulência onírica - que nos faz acordar em sobressalto.

Se essa fantasia – que não passa mesmo do perímetro quimérico – não integrasse um conjunto de circunstâncias tuteladas pelos usos e costumes, ética e moral, seria dos estados de existência, o mais sublime de que o Ser Humano poderia desfrutar. Isso configuraria o Paraíso. Mas não é assim.

Para amargura minha, a realidade dessa condição não existe. Nem no pensamento; que nós alimentamos como uma faculdade de poder voar livremente. Não, não é verdade. Até dele somos reféns, sem autoridade nem domínio. Nunca podemos riscar o que o encéfalo esculpiu à revelia do nosso consentimento. E mais: se tentarmos apagar qualquer registo, independente da causa que a ele deu origem, mais destacado fica o seu traçado; para nos insuflar alegria e contentamento em viver, ou para, igualmente, flagelar a nossa parte emotiva, inculcando-nos a vontade de falecer.  

Por muito que se pense, se diga e legisle, para edificar os alicerces que fundamentam o êxito dessa hipotética conclusão assombrosa, ela jamais será conseguida – A LIBERDE! Por duas razões fundamentais:  a primeira, pertence alçada do nosso conhecimento, e é decursiva de realidades benévolas ou pérfidas, que se nos deparam no árduo percurso da nossa jornada neste Mundo; a segunda, e que jamais pode ser revogável, é decretada logo que a vida começa a despontar, por imposição da própria Natureza. Já nascemos acorrentados ao pensamento; a sebenta de apontamentos; o juiz implacável, que tanto nos atribui o louvor se dele formos dignos, como nos guilhotina a serenidade da consciência com a lâmina da crítica e sem piedade, se disso formos merecedores.

Até este momento, suponho que me fiz compreender.

Mas, prosseguindo com a “tecelagem” sobre os preceitos para estabelecer o que, ainda que enganosamente consideramos de LIBERDADE, ela talvez exista. Não com a soberania intransigente que é atribuída à sua verdadeira essência, porém, com alguma abertura nos conceitos forjados pela Humanidade, com o objectivo de evitar a compressão de ressentimentos e mal-estar, pessoais e colectivos. Contudo, essa liberdade não é mais do que um miserável “faneco” da mesma, no absolutismo do seu significado.

E é apenas desse ilusório fragmento que usufruímos; conquanto que o seu uso não seja confundido com libertinagem ou anarquia, por aqueles que suposta e aleivosamente consideram que a LIBERDADE é só sua pertença; porque esta, apesar de ilusão, deflagra sempre uma vontade no empenhamento de cada um de nós em reverenciar a LIBERDADE dos outros; acontece que, de quando em vez, nos fica pesado, quando verificamos que os outros (arteiros), estão a subestimar a nossa.

Despudorados malabaristas da nossa comunidade, de si já bastante deprimida, têm sido os cabouqueiros da instabilidade em que vivemos. Eles vêm a LIBERDADE pela parte que mais lhes convém, porque esta pode apresentar-se de duas formas abissalmente diferentes, segundo a percepção e a formação genético-cívica de cada um: a primeira, não passa de um embuste social; tens a liberdade que quiseres, mas â minha maneira; outra, a liberdade interior, que nos é atribuída geneticamente, não tem nada a ver com o conceito da mesma, porque está submetida a demarcações rigorosas e determinadas, das quais estamos impedidos de nos libertar.

Como tal, da LIBERDADE não existe. É mais uma crença, uma concepção do pensamento, do que uma realidade. Mesmo aqueles que proclamam esse credo, - sem acreditarem -, são incapazes de outorgar essa ilusão; no entanto, com denodado descaramento e aparvalhado gáudio, desse “logro” se servem, para efectivar proezas pouco ou nada louváveis, - e mesmo, condenáveis.

Depois desta minha “alucinada” viagem à “volta” da LIBERDADE, penso que ela somente existe, após a despedida compulsiva da nossa existência. Deve ser por esta razão, que ela continua a ser questionada e contradita, porém, prossegue como um sonho Humano muito desejado.

Mesmo assim, por uma questão de ponderação, considero que esta análise não passa de uma mera suposição.

A terminar: deixo ao critério do leitor a meditação sobre esta matéria, que julgo ser de grande complexidade, e aguardo que ele, em forma de comentário, “desafogue” a sua apreciação; boa ou má, contra ou a favor, mas que diga o que lhe vai na alma sobre esta delirante “miragem”, conseguida num idealista voo rasante à irrealidade da LIBERDADE!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 19/05/2024

 

Nota:

Não faço uso do AO90.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

"SOCIELITE, S.A.R.L.

 

As pessoas gostam de pessoas fingidas,

que se moldam para agradar uma sociedade

 patética e hipócrita... ser autêntico é crime.

(Priscila Sacramento)


 

“SOCIALITE” , S. A. R. L.

 

        
    Um inglesismo, que eu saiba, perfilhado por alguns elementos mais jactanciosos, que, no final, se resumem a uns simples insanos, que fazem parte de um estrelato podre, espalhados pela nossa sociedade, também já em si pouco saudável, e que, pela sua torrencial parvoíce, por analogia, eu os aparento a patetas, fecundadores favoráveis à criação de audiências. São comovedoras figuras, com “miolo” desmiolado, que concedem para exploração, a sua esperteza-saloia. A meu ver, acho que despendem bastante cuspo a verbalizar, como “reputados sabedores”, sobre diferenciados assuntos de caca, para no fim nada dizerem. Pascácios!

Estes elementos, mercê do seu natural idiotismo, são geralmente aproveitados por alguns meios de informação, para desconcentrar e embalar o Zé Pagode, encaminhando-o para olvido da realidade complexa em que actualmente todos residimos.

Neste contexto, sempre que aparecem algumas figuras (mais figurinos e figurões do que figuras), com particularidades apalermadas, providas de alguma graça simiesca ou esperteza “asinina”, são prontamente aproveitadas para embelezar sessões comunicacionais “espectaculares”, onde o ridículo é medalha de honra; porém, carenciadas de qualquer conteúdo ético devidamente constructivo. Isto é, que tenha utilidade para a educação generalizada daqueles ouvem as patacoadas expelidas pela sua bem salivada conversa-fiada. Pela palermice contida na verborreia sobre diversos assuntos sem interesse algum, contida nessas “sacras reuniões” pré-agendadas, observo um verdadeiro acto circense; este é ainda aproveitado para realizar um encapotado “peditório” que incentiva O Zé Pagode a um telefonema, que custa x+y; mas, no rebanho dos milhares de lorpas, existe sempre um (somente um), será compensado com um mísero vale, que não vale tudo, porque o maior quinhão da maquia, fica no alforge da organização fomentadora do “espectáculo”; que, se resumem a simples encenações, no fundo, ridículas, porém oportunistas - o dinheiro também conta. São umas palhaçadas que devem render “cacau”, porque as pessoas ficam estáticas e extasiadas! Dissipam horas e horas de boca aberta, à espera que a mosca entre, e ao mesmo tempo, alimentam a expectativa de que o telefone faça terrrim, terrrim!

Da “vasta” sabedoria da SOCIELITE, não goteja nada que possa contribuir para uma civilidade conveniente e saudável. São simples figuras, ornamentadas com baton, rímel, focinheira barrada de gesso tapa poros, botox (ou todas estas as substâncias), e cabelos “higienizados” com peróxido de hidrogénio, dissimulando serem pessoas “chiquérrimas”; porém, quando abrem a sua matraca, só sai uma triste verborreia; um paleio de chacha, que conduz a nenhures.

A maior parte dos/as “artistas” pertencentes a esta camada da nossa comunidade, são fracos da mona, presumidos, lorpas e convencidos.

Apesar dos seus “espectaculares” encontros, ainda não tiveram um encontro a sério, com o seu próprio EU.

Desventurados!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 16/05/2024

 

www.antoniofsilva.blospot.com

 

Nota:

Não faço uso do AO90.

 

  

  

 

 

 

terça-feira, 14 de maio de 2024

EUREKA! O QUÊ?!


 

A política é limpa; sujos são aqueles que

 a usam para benefício próprio.

(Dennis Moraes)

 

EUREKA! O QUÊ?!

 

“Nós precisávamos de um governo que governe. (…), que desse estabilidade ao povo português. Argumenta o Sr. Pedro Nuno Santos.

Isso é berdade! E eu num’abia lembrado! Tem rezão!?

“Criteriosos” ensinos do Sr. Pedro Nuno Santos.

 Este “brioso e distinto” cavalheiro, é o máximo! A ver pelas suas dissertações e convicção com que as dissemina, penso que, na sua idade de abrolhamento, deve ter sido catequista.

Nunca me ocorreu que na minha terra, (Concelho de Oliveira de Azeméis), em dia algum, viesse a desabrochar uma inteligência perolada e de tão raríssima quilatagem, que tão bem soubesse projectar a sua manifestação aguerrida, com tão afincada teimosia e tenacidade! Estas virtudes poluídas, caturrice e obstinação, claro, que devem ser decorrentes de uma crença que nelas se encontra profundamente enraizada, e orientam no sentido de salvaguardar a doutrina desses mesmos credos, e os interesses próprios de quem os perfilha.

Sim, porque os portugueses, são remetidos para segundo plano. Já tivemos tempo de ver e sentir.

Aqui há manha! Ai, há, há!?

No meu tempo de garoto, eu ficava assombrado como o palavreado de um vendedor de banha-da-cobra, que aos Sábados, exibia as suas alocuções no mercado Municipal de Oliveira de Azeméis. Era tão entendido na matéria propagandística, que até chamava à baila, o Instituto Butantan de São Paulo (Brasil), que nessa época eu até não sabia do que se tratava. O certo é que ele vendia bem essa pomada “milagrosa”, que curava tudo, – afirmava –, ao Zé, que o escutava de boca aberta, dentes plenos de sarro e cabeça vazia.

Bem, aqui, o nosso “cuidador” Pedro Nuno Santos, é muito melhor do que esse antiquado vendedor de banha-da-cobra. É mais requintado na catequização e astuto nos propósitos! Obviamente, que também eu, hoje alapado na cátedra dos meus oitenta invernos, certamente que agregarei mais alguma sapiência – julgo que não transacciono nada, mas que se lixe; pelo menos alívio o que de facto vem a muito a empanturrar a já flexibilidade do meu espírito!

É certo que o Sr. Pedro Nuno Santos, não mercadeja uma lata com um faneco daquela mixórdia milagrosa, mas reconheço, no entanto, que tem uma apurada e distinta “lata” para o fazer; contudo, direccionando a sua “mercancia” aos “compradores mais toscos”. “Contentores” com um producto diferente, que não tem nada a ver com o Instituto Butantan, mas talvez repletos de bidons de benefícios próprios, que ele mesmo poderá congregar.

Dentro destes, existem vários “productos”, mas a “mercadoria” dele é a “melhor” (?). Disso não nos restam dúvidas. Tivemos oito anos para o comprovar; por tanto, não nos podemos lamentar.

Quer parecer-me que não é mau rapaz!? Exageradamente vaidoso, com laivos de agressividade, convencido, e, embora alimentando uma notória veia caciquista, é senhor de uma linguagem corporal muito bem ensaiada e optimamente desenvolvida.

Uma verdade ele expõe: “precisamos de um governo que governe”.

 Ah, sim. Eu até concordo com o seu “sonho”.

Só que, uma regência não constituída pelos cânones da facção, pela qual dá o rosto, e é um fervoroso sectário. Porquanto, nas ocasiões que teve oportunidade de passar pelos estádios de administração, muito contribuiu para desarticulação económica e financeira, e para a dilatação da corrupção e bandalheira, neste reumático país… outrora independente e a agora subserviente.

Esta é a minha forma de ver.

Tenho dito, Sr. Pedro Nuno Santos.

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 14/05/2024

https://antoniofsilva.blogspot.com

 

Nota:

Não faço uso do AO90.

    

 

 

sábado, 4 de maio de 2024

O "SABASTIÃO"

 

Aqueles que sentem inveja são como

pássaros presos numa gaiola

sempre olhar para fora com cobiça,

mas incapazes de voar livremente

e desfrutar da vida.

(in “O Pensador”)

 

O “SABASTIÃO”

 


    Já observei que é um jovem “rapazinho”. Já notei que, pelos cobiçosos, é tido como “O INDESEJADO”. Também já reparei, que não houve a necessidade de uma manhã de nevoeiro para dar a cara, e, a sorrir, exibir a coragem que lhe foi naturalmente estampada.

Tenho notado também, que é um óptimo perito em dicção e possui uma aguçada e elegante capacidade defesa das suas asserções, sem altercações de feirante ou faltas de civismo.

Ouve com cuidado as questões ou perspectivas que lhe são apresentadas sem interromper o raciocínio ou cortar a palavra do seu interlocutor.

É novato? É, eu sei.

Também não desconheço que já sou velho; mas tenho um longo e árduo percurso de vida, que muito contribuiu para aguçar a minha faculdade observativa, - dava um filme de longa metragem -, que me faculta muito a apreciação do “Sabastião”.

Poderia até, ser avô deste “miúdo”!?

Mas, por razões diversas, admiro este “rapaz”. Porque não titubia, não gagueja, é rasgado na sua dicção e acérrimo defensor dos seus conceitos. Apesar de ser uma “criança”, há-os, “adultos”, - só na idade -, nos nossos organismos públicos e sistema governativo, que não lhe chegam aos calcâneos.

Muito gostaria eu que isto não fosse verdade, mas essa realidade só existe nos sonhos que navegam na incerteza da esperança.

Nunca vi tanta chuvada de inveja a assediar a figura do “Sabastião”!

Aos cobiçosos, o sucesso dos outros é incomodativo; provoca-lhes comichão no seu reconhecido fracasso e junta uns respingos de azedume ao seu palavreado, já em si, repleto de pobreza de espírito.

Nunca esqueçam que, quando a genética “traça” um burro, ele será jumento toda a vida e jamais passará disso. Isto porque, por muito que se lapide um calhau, ele nunca ficará diamante – a não ser, na cabeça dos palermas.

Não me parece ser o caso do “Sabastião”. Apesar de “novato”, vejo nele um exemplo para alguns, (muitos), jornaleiros, noticiaristas, comentadeiros, pseudo-gasetistas e galhofeiros; talentosos, sim, em colocar em dúbia causa, não só perspicácia e o saber do “rapazinho”, bem assim, como a grandeza lexical, a autenticidade e a pureza do nosso idioma; pela quantidade de bujardas que disparam para milhões de ouvidores.

Isto é verdade.

Porra, deixem lá o “rapazinho” em paz! Porque o seu entendimento e perspetiva analítica, em relação à sua idade, são prodígios salutares que a Natureza lhe atribuiu e a cobiça não pode estancar.

Aguentem!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 04/05/2024

 

https://antoniofsilva.blogspot.com

     

Obs:

Não uso o AO90.