A
miséria de uma criança interessa a uma mãe,
a miséria de um rapaz interessa a uma
rapariga,
a
miséria de um velho não interessa a ninguém.
(Victor
Hugo)
EUTANÁSIA
AMEAÇA PORTUGAL
Isto ainda me vai sendo possível, porque
a robustez do meu espírito combativo ainda não resolveu entabular negociações
com nenhum cangalheiro, apesar de já começar a sentir a proximidade do paladar
amargo, periclitante e felino, da capitulação.
Porém, mesmo espremido sob a pressão de
alguns contratempos ainda resisto; não sei por quanto tempo, porque é difícil
adivinhar até quando o governo continua a “cortar as pernas” a mim e a muitos
portugueses que se abrigam à sombra irreal do guarda-chuva governamental rôto,
que tutela desumana e ardentemente a legislação engendrada para acelerar o
destino fatal de muita gente, com mais incidência nos “imprestáveis”; os “Peste Grisalha” - recordam-se? Devo
dizer que este estado de coisas já não é de agora, pois a planta para a sua
nociva germinação já foi encetada há muito tempo.
“Velhos”, já são um estorvilho e não têm
peso na sociedade, a não ser de quatro em quatro anos, quando abre a época de “caça”
ao sufrágio, onde toda a moleirinha “tem valor”, mesmo a mais “escavacada”, -
mas isso é só no momento; passada a “refrega”, os próprios governos instituídos
compactuam em todo o ritual, para a acelerada exterminação dos “imprestáveis”,
convencidos de que, graças ao seu desaparecimento, vão untar e estabilizar a
emperrada economia desta nação, cuja responsabilidade não deve ser imputada aos
“velhos”, mas sim, aos ladrões e aos corruptos deste país, para os quais a
visão cega e a espada da justiça não ousam alcançar – por enquanto. Isto
ocorre, porque os elementos da teia governativa são os cozinheiros de toda a “caldeirada”
estatutária, podendo por isso confeccioná-la ao “gosto” que mais lhes convêm.
Com as incisões paridas pelo recente
orçamento no que refere aos serviços de saúde, é bem pressentido que a sombra
da eutanásia encapotada surge no horizonte sombrio da desventura, à qual
estamos compulsivamente condenados.
Os quadros clínicos têm diminuído na
razão directa do aperto do arrôcho, não permitindo por isso dar vazão à súplica
dos cuidados necessários para uma prestação de serviços com qualidade e
celeridade; as listas de espera para consultas e intervenções adensam-se; o seu
movimento lá vai tartarugando, para dar tempo a que muitos fiquem pelo caminho,
inertes, frios, de a expressão vazia e pálpebras cerradas, até que os “abutres”
os desnudem, lhes enfiem uma rolha no traseiro e “devorem” antes de serem
enterrados ou consumidos pelas chamas.
Nota-se que existe uma forte pressão
exercida nas direcções dos serviços de saúde, que é transmitida a toda a
estructura piramidal, no sentido de que os “hotéis” hospitalares retenham por
tempo mínimo os “hóspedes” nas suas instalações (dias virão que vêm para casa
com algum bisturi para remover da “carcaça) e que os médicos de família sejam
ligeiros nos tempos aplicados às consultas.
Com todas estas condicionantes e outras
que lhe são subjacentes, o padecimento e a consequente volatilização são um
facto, e que se reflecte com mais incidencia naqueles que atingiram a
debilidade etária e se encontram num
estado de, monetariamente combalidos – no final todos terão o mesmo destino,
porém, ainda há quem não admita esta “fatalidade”, ou libertação.
Não será necessário argumentar mais,
para justificar que nas mais ôcas cabeças de topo da nossa governação, está engastado
que o desaparecimento da “Peste
Grisalha” fará ressurgir o esplendor da nossa economia, sendo necessário
como tal, promover a sua extinção.
É por este cisma que A EUTANÁSIA AMEAÇA
PORTUGAL.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 09/02/2018
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