“A PIROMANIA
TEM CURA”!?
Tenho a certeza
de que muitos, porém não tantos como isso, me vão catalogar de verme, com
ideias ortodoxas. Contudo, isso não vai ferir ou mudar a minha maneira de ser,
porque tenho notado benevolência excessiva nas penas aplicadas aos criminosos
em série, é assim que eu lhes chamo, cujo objectivo é acabar com a vida no
planeta. Enquanto as leis não forem mais drásticas e de acentuada contundência,
a disseminação das paisagens dantescas continuarão, não só no nosso país, como
também por todo o mundo.
Com a
continuação destes incêndios infernais, poucos anos hão-de decorrer para que o
oxigénio escasseie, o buraco de ozono cresça, o efeito de estufa aumente e
consequentemente a evaporação, deixando os seres vivos sucumbirem lentamente
por falta dos fluidos hídricos, que por já não serem muito famosos, constituem
um claro aviso de um futuro comprometedor para a Humanidade, se não puserem mão
de ferro a esta vergonhosa falta de civismo, aleivosamente propagada por
acéfalos criminosos.
Sejam eles
pirómanos ou pirados, por conta própria ou por conta de outrem, merecem ser
erradicados do nosso meio, de qualquer forma, porém eficaz.
Como podem ser
evocados os direitos humanos para eles, se lhes não aflora à mente os direitos
dos outros? Vamos ter compaixão de quem e porquê?
Muitas vezes
me vem à mente a figura de António de Oliveira Salazar por muitos motivos, e um
deles é este. No seu tempo não havia pirómanos
mas incendiários. Estes, quando eram
apanhados, comiam pela medida grossa. Muitos deles nem tinham necessidade de
provar o chilindró para se catequizarem; nos postos da GNR era-lhes aplicado o
tratamento eficaz para o seu desvairado instinto e a maioria saía de lá curada
à primeira terapia ou sessão, como lhe queiram chamar.
Os tempos eram
outros, podem dizer. Ah pois eram, mas tínhamos mais sossego e respeito mútuo,
não sendo certamente com paninhos quentes ou papas de linhaça que isso se
adquire. Actualmente perde-se muito tempo no estudo das causas, enquanto os
efeitos nos vão destruindo. Existe uma grande falta de objectividade na
aplicação dos meios de retenção da criminalidade. Arranjam-se teses para a
explicação do inexplicável, ou que há muito já se encontra explicado, onde
entra uma condescendência doentia e sem medida, dando origem a que o crime
aumente em todos os sectores, decepando incólume, a nossa paz social.
Não deixam de
ser razões com algum peso, porém diminuto; como tal, não venham os “entendidos”
fazer suporte de defesa nas suas teses, com os montes por limpar, com as sardinhadas
que se fazem ao ar livre, com os montículos de escória que se queimam no meio
dos terrenos lavradios, com as beatas de cigarro que se atiram para o chão, com
o reflexo luminoso de algum bocado de vidro que se encontre nas matas e muito
menos com a justificação da PIROMANIA,
porque se a muitos “pirómanos” lhes cheirasse a churrasco produzido pelos
corpos de outros da sua igualha, eles pensariam duas vezes antes de propagarem
os incêndios.
No tempo de
Salazar havia muito mais floresta do que há hoje; menos, mas muito menos
bombeiros e meios de combate do que hoje existe, e os fogos não eram tantos e
tão desastrosos como os que actualmente se pode ver.
Convenhamos
que aqui existem factores de ordem vária que contribuem para que estas
catástrofes aconteçam; vingança social doentia, interesses económicos e até
mesmo valorização de posições sociais, não constituindo estes factores, atenuantes
para um merecido castigo.
Entendam como
quiserem, mas isto são realidades que não surpreendem ninguém; o que de facto
surpreende é que todas as medidas para a contenção deste actual flagelo, têm
sido medidas superficiais e não drásticas.
Se nós vamos
arranjar desculpas para tudo aquilo que um indivíduo comete de ordem criminosa,
nunca acabamos com este estado de coisas nem tão pouco o reduziremos. Esta é a
realidade e nada mais.
“A PIROMANIA TEM CURA”!... Ai tem,
tem!?
António
Figueiredo e Silva
Coimbra, 14/08/2005
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