Admiro a terra,
quero-a, sempre gostei dela.
Sempre me senti
feliz por estar vivo; apesar
da guerra e das
más notícias, não sou capaz
de matar em mim a
simples alegria de viver.
(Julien Green)
EUTANÁSIA,
NÃO.
יוטאַנייזשיאַ,
ניט.
EUTANASIA,
NO.
ЕВТАНАЗИЯ,
№.
Por
aquilo que entendo, segundo estudos elaborados por especialistas na matéria, a
eutanásia consiste em determinados procedimentos que visam restringir a existência
a um enfermo em situação terminal, que se encontre sob a sujeição de insuportáveis
sofrimentos físicos ou psíquicos. Isto é, atribuir-lhe uma morte assistida, ou
seja, morte sem dor. Melhor dizendo, matar por compaixão – esclarecido?!
Este é um tema acentuadamente sensível para
a ser de exclusivo debate entre governantes - pessoas duvidosas - em quem a
maioria da sociedade não confia.
É notório que por detrás do conceito “benevolente”
da eutanásia, estão subjacentes interesses de ordem económica e política que
não se desviam muito da minha linha de pensamento estampada na metáfora, “o que
não presta, arruma-se, deixa de dar prejuízo, e viveremos mais “porreiros,
chupando os que ainda têm capacidade para respirar”.
Precisamente por ser um tema polémico, que
atenta não só contra a parte física, mas também contra a parte psíquica, onde, envolvidas
num universo misterioso, existem a crença e o arbítrio de todo o ser humano,
deveria haver um referendo sobre o assunto, que tanta polémica tem jorrado nos
meios de comunicação social.
As controvérsias decorrentes deste tema de
“matar legalmente”, por tudo o que tenho vindo a observar, têm suscitado na
cabeça das pessoas, ideias aterradoras por que sentem que qualquer a altura
pode chegar o dia ou a hora, em que vejam à sua frente a “ceifeira” negra, que
lhes vai varrer o último sopro, não por misericórdia, mas por conveniência de
uma ambição materialista estatizada.
Se o enfermo em si, estiver com capacidade
de lucidez para tomar a decisão que visa optar por essa terminação sinistra, a
eutanásia, essa “pena capital”, a meu ver, estará certa. E mesmo assim…
Então e quando o combalido está parcial ou
completamente falido na sua capacidade de raciocinar?
E quando, num acesso momentâneo de aflição
e desalento em que o seu elan se desmembrou, e o sofredor, “resignado” perante
o seu desequilíbrio psicológico, toma a decisão dessa ajuda encapotada de piedade
e depois se arrepende, no momento em que a “lâmina da guilhotina” já encetou o
seu sinistro e implacável trajecto descendente?
Quem pode provar que estas situações não
possam ocorrer?
Perante estas e outras interrogações,
porque não fazer um referendo, neste caso, à população portuguesa?
Considero, ainda que muitos - governantes,
desgovernantes, ou como queiram chamar-lhes – não se deleitem com as minhas
palavras, contudo, elas são o meio de transporte mais adequado à transmissão do
meu pensamento, que no final se resume em duas palavras claras, concisas, isentas
interrogações, exclamações ou reticências e acabam com um ponto final:
EUTANÁSIA,
NÃO.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra, 26/05/2018
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